Geralmente, não damos o valor devido para a ajuda e o apoio que
recebemos diariamente.
Nem é por maldade, ingratidão ou falta de caráter não. É que estão de não
perceber a importância de atos que fazem a diferença e não dar o devido valor.
Quer dizer, até
damos, mas demora um pouco. Quando agradecemos,
às vezes até
acanhado, não temos exata proporção do bem que recebemos.
Tem pessoas que nem agradecem diretamente, mas fazem questão de orar por
aquilo que receberam e pelo modo que receberam, demonstrando que a gratidão é a maior virtude do ser
humano, porém acaba que a “ajuda” não fica sabendo disso.
Pois bem, um dia desses percebi que precisava agradecer. Precisava
externar um sentimento que tenho dentro
de mim e demonstrar que a ajuda recebida não foi em vão.
Por isso, quero agradecer a um amigo que me acompanha há algum tempo e
que faz parte da minha rotina diária, faça chuva ou faça sol.
Aquele que não quer saber se estou a pé, de carro, de ônibus, no táxi ou
no metrô, e simplesmente me acompanha. E olha que já fomos a muitos lugares juntos, seja apenas nós dois ou acompanhados de outras
pessoas, pelo Brasil
a fora e fora do Brasil.
Tivemos uma viagem inesquecível para o Mato Grosso na qual tinha uma
criança que chorava demais no ônibus e não parava um minuto. No total, seriam 26 horas dentro do
ônibus até descer em Cuiabá e não tínhamos nem chegado em Uberlândia ainda
quando o tal bebê acordou e não quis deixar o ônibus descansar também. Já
estava quase estressando, mas esse amigo me acalmou.
E me fazer
acalmar é uma das maiores virtudes desse amigo. Poderia contar vários casos em
que estava nervoso, estressado, a ponto de estourar e quando vi, já estava
calmo, graças a ele.
Outra virtude é me acompanhar no estádio. Sempre vamos juntos, apesar de um tempo pra cá não estar
tão presente, preferindo ficar em casa com meu pai. Mas já estivemos lá, eu e
ele somente, apoiando e vibrando junto com a torcida.
E fora do estádio ele me acompanha também. Uma vez ouvimos o jogo junto,
dentro de um cinema, através
da rádio que transmitia o jogo.
Rádio essa que ele faz questão que ouça, pelo menos de vez em quando,
para que me mantenha informado. Ele já me trouxe várias informações em primeira
mão, como a morte do Michael Jackson, e mais recentemente me deu a notícia do show do Paul
McCartney em Belo Horizonte.
Só que ele
também me dá sermões. Às vezes, sou obrigado a ouvir o que não quero, seja
músicas ou notícias ruins, sendo obrigado a escutar tudo. Mas vejo que não é
culpa dele, ele me apenas me transmite o que acontece. Faz parte né, pois por causa disso
rimos e choramos juntos várias vezes.
Mas a grande virtude mesmo é me fazer sonhar. Ele me ensinou a fechar os
olhos e imaginar. A sonhar. A pensar. Refletir sobre os problemas e achar uma
solução. Já tomei
decisões por que ele me ajudou. Já imaginei situações porque ele me incentiva a
isso. Já sonhei com várias coisas porque ele me permite isso.
Por isso sinto tanta falta dele quando não estamos juntos.
Numa ocasião recente, estava dentro de um ônibus lotado e vi o quanto ele me fazia falta. Aliás,
até vi que outras pessoas precisavam ser amigas dele também e o quanto ele
seria importante na vida dessas pessoas.
E é por causa de tudo que disse acima, que fiz esse texto em homenagem a
este meu grande amigo.
Ele que não me abandona.
Ele que me ensinou a ouvir Beatles.
Ele que não me
deixa sozinho, mesmo se eu estiver só.
Obrigado, fone de ouvido. Eu te amo.
Esta é minha vida.
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