quarta-feira, 8 de maio de 2013

Obrigado, amigo


Geralmente, não damos o valor devido para a ajuda e o apoio que recebemos diariamente.

Nem é por maldade, ingratidão ou falta de caráter não. É que estão de não perceber a importância de atos que fazem a diferença e não dar o devido valor.

Quer dizer, até damos, mas demora um pouco. Quando agradecemos, às vezes até acanhado, não temos exata proporção do bem que recebemos.

Tem pessoas que nem agradecem diretamente, mas fazem questão de orar por aquilo que receberam e pelo modo que receberam, demonstrando que a gratidão é a maior virtude do ser humano, porém acaba que a “ajuda” não fica sabendo disso.

Pois bem, um dia desses percebi que precisava agradecer. Precisava externar um sentimento que tenho dentro de mim e demonstrar que a ajuda recebida não foi em vão.

Por isso, quero agradecer a um amigo que me acompanha há algum tempo e que faz parte da minha rotina diária, faça chuva ou faça sol.

Aquele que não quer saber se estou a pé, de carro, de ônibus, no táxi ou no metrô, e simplesmente me acompanha. E olha que já fomos a muitos lugares juntos, seja apenas nós dois ou acompanhados de outras pessoas, pelo Brasil a fora e fora do Brasil.

Tivemos uma viagem inesquecível para o Mato Grosso na qual tinha uma criança que chorava demais no ônibus e não parava um minuto. No total, seriam 26 horas dentro do ônibus até descer em Cuiabá e não tínhamos nem chegado em Uberlândia ainda quando o tal bebê acordou e não quis deixar o ônibus descansar também. Já estava quase estressando, mas esse amigo me acalmou.

E me fazer acalmar é uma das maiores virtudes desse amigo. Poderia contar vários casos em que estava nervoso, estressado, a ponto de estourar e quando vi, já estava calmo, graças a ele.

Outra virtude é me acompanhar no estádio. Sempre vamos juntos, apesar de um tempo pra cá não estar tão presente, preferindo ficar em casa com meu pai. Mas já estivemos lá, eu e ele somente, apoiando e vibrando junto com a torcida.

E fora do estádio ele me acompanha também. Uma vez ouvimos o jogo junto, dentro de um cinema, através da rádio que transmitia o jogo.

Rádio essa que ele faz questão que ouça, pelo menos de vez em quando, para que me mantenha informado. Ele já me trouxe várias informações em primeira mão, como a morte do Michael Jackson, e mais recentemente me deu a notícia do show do Paul McCartney em Belo Horizonte.

Só que ele também me dá sermões. Às vezes, sou obrigado a ouvir o que não quero, seja músicas ou notícias ruins, sendo obrigado a escutar tudo. Mas vejo que não é culpa dele, ele me apenas me transmite o que acontece. Faz parte né, pois por causa disso rimos e choramos juntos várias vezes.

Mas a grande virtude mesmo é me fazer sonhar. Ele me ensinou a fechar os olhos e imaginar. A sonhar. A pensar. Refletir sobre os problemas e achar uma solução. Já tomei decisões por que ele me ajudou. Já imaginei situações porque ele me incentiva a isso. Já sonhei com várias coisas porque ele me permite isso.

Por isso sinto tanta falta dele quando não estamos juntos.

Numa ocasião recente, estava dentro de um ônibus lotado e vi o quanto ele me fazia falta. Aliás, até vi que outras pessoas precisavam ser amigas dele também e o quanto ele seria importante na vida dessas pessoas.

E é por causa de tudo que disse acima, que fiz esse texto em homenagem a este meu grande amigo.

Ele que não me abandona.

Ele que me ensinou a ouvir Beatles.

Ele que não me deixa sozinho, mesmo se eu estiver só.

Obrigado, fone de ouvido. Eu te amo.

Esta é minha vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário