O cara que inventou o MP3 player merece ganhar um prêmio.
Não sei se existe um Nobel pra isso, ou se o mais correto seria um Grammy. Mas
sei que ele precisa ser reconhecido por todo seu esforço.
Digo isso porque sou viciado em música e trabalho com fones no ouvido, ando de
ônibus com fones no ouvido, arrumo cozinha e lavo banheiro ouvindo música, dirigindo ouvindo música.
Faço quase tudo ouvindo música. Menos uma coisa: dormir. (até isso que você
pensou eu faço ouvindo música).
Claro que você vai dizer que não ouço MP3 o dia inteiro, pois deduzirá que posso ouvir
rádio, que posso ouvir músicas em outros formatos digitais e até mesmo elaborar
uma lista no youtube e ouvir, em vídeo.
Concordo , mas gosto de pensar que a origem disso tudo, relativo a
disponibilidade,
começou com o formato MP3.
Hoje tenho quase 30 anos e lembro-me das minhas tardes de férias, quando criança, em
que colocava discos de vinil na vitrola e pulava, cantava e “tocava”
instrumentos no ar (É, eu sei que vitrola é bem antigo). Nostálgico não?
Lembro-me também da minha pré-adolescência. No meu aniversário de 13 anos, minha tia me deu um walkman Sony bonitão. Andava ouvindo as fitas K7
(bem antigo também NE?) que eu gravava no microsystem do meu quarto, naqueles
momentos em que eu esperava a canção desejada tocar na rádio e apertava o REC para gravar
nas fitas, rezando para não aparecer as propagandas da rádio no meio da minha
gravação.
E o fone
bonito? As mina piravam
E com quase 20
anos, tive meu
primeiro Discman, no
qual podia ouvir meus cd’s
comprados com minhas mesadas suadas!! Mas teve um sabor de empate diante da vitória que foi comprar um Discman que tocava cd’s em
MP3!! Nossa, economizei muito meus primeiros salários de estagiário para adquirir aquela
maravilha do mundo moderno...
Mas aí veio o MP3 Player. E acho que tocou
aquela música de “2001-Uma Odisséia no Espaço” quando eu vi a primeira propaganda sobre o produto. Nesse momento tive certeza que o Elroy dos
Jetsons tinha um desses. Que tecnologia futurística estava chegando aos
terráqueos!
E o que mais me
chamou a atenção nesta inovação era algo que literalmente tirava um peso das
minhas costas, pois
esvaziava minha mochila.
Tenho um amigo que coleciona LP’s (Long Play ou Disco
de Vinil para os mais jovens). Recentemente ele queria fazer um seguro deles,
pois considerava o valor emocional bem superior ao valor da
própria vida, afinal, são centenas de vinis que compõe a
coleção e são protegidos por um plástico. Realmente, é uma fantástica coleção. Só tem um defeito: Não são práticos.
Quando citei acima que minhas memórias de infância
relacionadas à música eram com vinis, não mencionei algo que me irritava profundamente. Se minha mãe colocava os
discos na vitrola eu tinha quase 30 minutos pra pular e fazer festa. Depois eu sempre
tinha que ir atrás dela para pedir que virasse o disco (Eu não tinha a
autorização de usar do poder supremo de mexer na vitrola do meu pai, afinal era um pirralho
né). E depois de meia hora o disco acabava. Aí eu tinha que novamente puxar a
barra do vestido da minha mãe ao chamá-la e pedir para que colocasse outro
disco. E assim iam as tardes. Eu pulava e fazia Air Guitar por meia hora e ia chamar minha mãe. Ela devia
adorar né?
Era assim que
eu me sentia quando o disco acabava. Como mudar essa p*&%?
Mas mesmo quando o Poder Supremo da minha infância me
foi concedido e passei a trocar os discos sozinhos isso era irritante. Toda
hora eu tinha que ir e virar o disco.
Depois, na fase do Walkman, para gozar do direito constitucional de
ir e vir ouvindo música eu tinha que andar com, no mínimo, uma pochete (na década de 90 era permitido
viu?), para carregar 4 pilhas reservas e o número de fitas desejadas.
Imagine um adolescente que ia e voltava da escola de ônibus e não tinha o nível de concentração exigido para uma aula de equações de
segundo-grau, movimentos retilíneos uniforme e os benditos átomos de Bohr,
Rutherford e etc. Eram
basicamente 4 fitas k7 por dia.
Depois, já nos anos 2000, minha mochila comportava,
além do básico de um gordo-nerd formando no terceiro ano, pré-vestibular e primeiro
ano de faculdade (livros, cadernos, material escolar, quadrinhos e revistas de
mulher pelada), umas 6 pilhas reservas e uns 8 CD’s variados. Era muita coisa!
E enfim, a maravilha do terceiro milênio, o MP3 Player.
Sem pilhas, nem CDs, k7s. Pode colocar
no bolso e ouvir a coletânea inteira do Paul McCartney sem gerar uma escoliose
ou um bico de papagaio. Com um cabo você pode passar todas as músicas que você
já ouviu na vida para aquele aparelho. Não é Fantástico? (A voz do Cid Moreira
é uma opção sua).
Claro que não estou dizendo que abandonei os vinis, K7’s e CDs e nem fazendo apologia para colocá-los no maleiro da casa da sua
avó. Tudo tem seu momento. Para ouvir música sentado, deitado ou até em pé, mas
dentro de um espaço físico estático, pode ser em qualquer formato. Os discos de Vinil,
inclusive, têm um som
muito mais puro, na qual se escuta bem os instrumentos. Sem contar que é
sempre bom rever os clássicos nos formatos em que foram gravados.
Mas a praticidade do MP3 player é invencível. Imagine agora você fazendo qualquer coisa em movimento (exceto na água). Qualquer coisa mesmo. Você pode fazer ouvindo música no MP3 player. Malhar,
correr, comer, estudar, trabalhar, andar de transporte público, bicicleta, seja na rua, na chuva, na
fazenda ou numa casinha de sapê.
Basta olhar em
volta quando você está na rua. Estudos
apontam que 48,93% andam nas ruas com fones nos ouvidos. O único problema é que existem pessoas que não usam fone para ouvir música.
Mas nada que retire o prêmio ao criador do MP3
player...
Realmente, momento nostálgico... Eu passei por situações maravilhosas do tipo.. Isso faz com que a gente perceba que éramos felizes e nao sabíamos! como era bom, como q a vida era menos complicada...Q saudade q temos! Momentos q nunca voltam, mas fazem parte da nossa formação...
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